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"Advinha-me, esquenta-me com sua advinhação de mim" C.L.

domingo, 3 de maio de 2009

Um amor pra quem quiser

Hoje quero escrever aos tolos e, como tola que sou, escrevo pra mim.

Hoje eu quero falar de amor, do meu amor, do amor dos tolos.

Do amor que só os tolos entendem porque esse amor é vil, barato, é um amor pra quem quiser. É um amor que jorra incessantemente do peito e transborda do coração, escorre pelas mãos, pelos olhares, pelos sorrisos e espalha-se rapidamente pelo chão.

Ele escorre porque é demasiado intenso pra caber dentro dos tolos, que amam sem ser amados, que amam e vivem intensamente um amor que não existiu, que não existe, que nunca vai acontecer.

Somente os tolos entendem a imensidão do amor porque nem eles mesmos conseguem contê-lo dentro de si. Eles não conseguem sequer segurar uma flor sem se espinhar... Por quê?

Porque acreditam que a dor é uma companhia inevitável, porque acostumaram com sua presença, porque sem ela viveriam na solidão.

A esses, os tolos, quero dar o meu desprezo, minhas maiores aversões. Quero que saibam que os odeio e que não são maiores que ninguém por conhecerem a dor.

E mais, quero que saibam que não são dignos da felicidade, porque deixaram crescer o amor, porque não sucumbiram a essa sociedade materialista, imediata, instantânea, porque amaram tanto e agora há tanto amor que esse amor não vale nada. Amor derramado, escorrido, amor que ninguém quer.

Um amor que suplica, implora a atenção de quem passa e pede um lugar pra ficar, pra entrar e nunca mais sair.

É esse amor de tolos, imenso e vil, intenso e barato, verdadeiro e por isso raro, que abandono agora.

Meu amor há de ser caro. Há de ser amor finito, indigno de poetas e poesias, porque esses que escrevem, são os mesmos que amam, são a própria poesia, e se vc prestar atenção, são todos diretores de peças e atores de papeis tristes.

Eles fazem grandes espetáculos, caros, raros, tanto que ninguém os assistem. Eles criam os papéis e as pessoas os desempenham sem ao menos tomar conhecimento disso. São papéis ridicularizados pelo amor profundo, intenso, inexistente fora de um grande espetáculo, fora de um grande poeta, fora de um grande tolo.

Quero brindar à realidade, a minha crescente inexistência; a minha ausência, porque sou amor, sou o próprio amor derramado no cenário da atriz. Da atriz que fugiu correndo, da atriz que nunca representou o seu papel, o papel que eu dei a ela e que ela não quiz.

Ana C. Fernandes.

5 comentários:

Lilian disse...

o amor nos faz ridiculo...
como diz Fernando Pessoa " todas as cartas de amor sao ridiculas..mas ridiculo mesmo é quem nunca escreveu cartas de amor"
=)

Tatinha Rodrigues disse...

Você conseguiu escrever o que eu sinto e não consegui descrever em palavras!

"Ele escorre porque é demasiado intenso pra caber dentro dos tolos, que amam sem ser amados, que amam e vivem intensamente um amor que não existiu, que não existe, que nunca vai acontecer."

Não precisava dizer mais nada...

Ana C. Fernandes disse...

Sabe q a idéia desse texto veio do comentário que eu respondi a vc no outro texto, acho q na poesia.. devo esse texto a vc hehe.

Obrigada por vir aqui, bjo grande.

Lídia disse...

bang bang

Ana C. Fernandes disse...

bang bang???