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"Advinha-me, esquenta-me com sua advinhação de mim" C.L.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uma poesia À parte, a partir da parte de mim que agora é você.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~
De repente, nao mais que de repente
~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~
De repente,
Assim tão repentinamente
Do caos, fez-se a calmaria;
Do pranto, o encanto
Da noite, o dia.

~~ ~~ ~~

De repente,
Ainda que sutilmente,
Veio-me a vida falar de amor
Mostrou-me novos rumores
Novos tons, perfumes
Novos sabores.

~~ ~~ ~~

Assim foi que vi
Azuis, rosas, brancas e amarelas
Borboletas belas
Voando dentro de mim
Brincando entre as flores
Dentro do meu coração, um jardim

~~ ~~ ~~

De repente,
Mais do que nunca, intensamente!
Chegou o amor, ao coração
Do coração ele expulsou, deixou sozinha,
A própria e impertinente solidão

~~ ~~ ~~

De repente
E digo, finalmente,
A alegria renasceu
Do seu sorriso, fez-se o meu
Da sua presença, a minha existência
Da sua existência, a minha esperança
Da tua mão, a minha segurança
Da sua luz, o meu caminho
Do seu caminho,
A minha vida.
Da sua vida, o meu ninho.

Ana C. Fernandes.

sábado, 6 de junho de 2009

Como sempre estive, completa de prazer, nua de corpo e alma.

Não entre.
Deixe que eu chore em paz.
Se minha cabeça não agüenta mais, tão pouco agüenta o coração.
Eu quero a porta fechada, não abra, não mexa em nada.
Deixe meus livros no chão,
Deixe minhas roupas onde estão,
Eu quero a cama desarrumada misturada com os cacos do meu coração.

Não importa que a chuva entre pela janela
Depois a água evapora se o sol entrar
O que o sol não cura é a ferida doída,
Mordida e lambida da sua infinita ausência.
Indiferença sem fim
Fez tão forte a minha dor
Fez tão pouco caso do amor
Só esqueceu-se de levá-lo de mim.

Não suporto portas entreabertas, palavras contidas
Egoístas, escondidas.
Desprovidas de emoção
Camuflando a intenção
De degustar-me inteira
E depois deixar-me inteira
Ao sabor da solidão

O quê vc sabe bem fazer
É roubar-me toda a calma
Acabo vazia de vc, completa de prazer
Nua de corpo e alma.



Ana C. Fernandes.

Não me deixe só, solidão.

A música acabou e o ultimo verso ficou rondando minha cabeça. “Ela apareceu, parecia tão sozinha. Parecia que era minha aquela solidão”.
Um triz e eu não percebo o que estava acontecendo.
Há quem roube os sonhos alheios, eu roubo a solidão.
A solidão é meu maior refúgio, minha maior beleza, minha maior alegria e minha maior tristeza. Não sei andar sem ela, nunca andei. Por todos os lugares por onde passei, ela me deu a mão, me segurou forte, me disse sim, me disse não. Fez de mim menina só, menina grande, de grandes sonhos, de grandes chances, de grandes feitos.
O teu cheiro, o teu beijo, o teu abraço. O seu perfume eu sinto de longe. Um sorriso doído, um olhar perdido, e eu sei que é vc, te roubo pra mim. Não suporto que seja de outra, não me contenho, vou lá e me dou em troca de vc, me dou até que vão todas embora, e te deixam pra mim. Dou-me tanto que te entregam inteira, e se não entregam eu lhe roubo, tiro-te toda, e tiro sem pudor, sem a vergonha de quem faz alguma coisa errada.
Será pra sempre minha, solidão. Se alguém um dia te tirar de mim, acho que padeço, não conheço outra companhia que me complete, que me conheça, que caiba nos meus sonhos, que entenda meus pensamentos.
Quero-te sempre, e te quero toda. Abraça-me forte solidão, durma comigo essa noite e todas as noites, amanheça aqui, fique aqui, não deixe que ninguém se aproxime e não me deixe por ninguém. Não há nesse mundo alguém que te quer tão bem.
Não me deixe só, solidão.

Ana C. Fernandes