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"Advinha-me, esquenta-me com sua advinhação de mim" C.L.

sábado, 6 de junho de 2009

Como sempre estive, completa de prazer, nua de corpo e alma.

Não entre.
Deixe que eu chore em paz.
Se minha cabeça não agüenta mais, tão pouco agüenta o coração.
Eu quero a porta fechada, não abra, não mexa em nada.
Deixe meus livros no chão,
Deixe minhas roupas onde estão,
Eu quero a cama desarrumada misturada com os cacos do meu coração.

Não importa que a chuva entre pela janela
Depois a água evapora se o sol entrar
O que o sol não cura é a ferida doída,
Mordida e lambida da sua infinita ausência.
Indiferença sem fim
Fez tão forte a minha dor
Fez tão pouco caso do amor
Só esqueceu-se de levá-lo de mim.

Não suporto portas entreabertas, palavras contidas
Egoístas, escondidas.
Desprovidas de emoção
Camuflando a intenção
De degustar-me inteira
E depois deixar-me inteira
Ao sabor da solidão

O quê vc sabe bem fazer
É roubar-me toda a calma
Acabo vazia de vc, completa de prazer
Nua de corpo e alma.



Ana C. Fernandes.

Um comentário:

Alice Evangelista disse...

Oii,retribuindo o carinho ao meu blog,e adoreii o texto,lindo,lindo!
Sempre apareça,será sempre bem vinda!!

=*