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"Advinha-me, esquenta-me com sua advinhação de mim" C.L.

sábado, 11 de abril de 2009

O que eu vou falar agora não é pra entender, é pra sentir. Eu vou dispensar as regras de parágrafo e gêneros textuais aqui porque estou fora desses padrões no momento, mesmo admirando a forma de organização que tais gêneros usam, como começo meio e fim, isso está fora de cogitação agora, eu estou sem fim e sem meio e muito menos qualquer tipo de começo. Se houvesse um lugar em que eu estivesse, seria no intervalo que existe entre dois pontos consecutivos de uma circunferência. E afirmo que seria em uma circunferência, não poderia ser em uma reta, os pontos de uma reta vão pro infinito, eu estou dentro do finito, da finitidade da circunferência. E onde estou, ou onde não estou, porque não posso afirmar que entre dois pontos poderia haver alguma coisa, mesmo que essa coisa seja o vácuo, eu sei que tem um fim, porque aqui é o fim, ou o começo, ou nenhuma dessas opções porque qualquer ponto de uma circunferência pode ser o começo ou o fim, mas eu sei que houve um começo, ou um fim, porque na verdade o começo foi o fim e a única forma disso acontecer assim da mesma forma em varias voltas é em uma circunferência. Mas se não estou em um ponto, e sim entre dois pontos, e se não há cm afirmar quais pontos são esses, se o nada em que estou não pode ser o principio nem o fim, então talvez eu esteja no intervalo. Acho que agora sim encontrei uma palavra que pode ao menos nos remeter a um entendimento, mesmo que pequeno. A esse intervalo, quero chamar de inexistência, e não ouse pensar em morte. Não basta morrer, é preciso não existir. Não basta não ver, não ouvir e falar, é preciso não sentir. E tudo que eu estava fazendo estava errado, eu não posso fugir da maior verdade que existe dentro de mim impedindo que seu olhar, sua voz e seu cheiro chegasse até mim, porque na verdade eles não podem chegar de um lugar do qual não saíram, eles ficaram impregnados, eles são meus na medida que eu percebo o mundo com interferência deles. Eu não sei mais quais são as minhas falas e quais eram as suas, eu não sei o que eu vejo ou o que vc via. O que eu posso afirmar é que nesse lugar em que inexisto estou impossibilitada de sentir, e sentir o que não há é como encher-se do nada que compõe o universo, é expandir-se como ser imaterial à energia vital primária que originaram todos os seres... Esvaziei-me. Estou completamente nua. Tudo o que há em mim é um não ser humano infinitamente aconchegante. Não tenho forma e limite, não tenho cor, eu formo a cor, eu sou matéria de constituição e não constituída de matéria.. E se eu voltar daqui, se eu for adiante e parar em algum ponto dessa circunferência que agora entendo claramente como vida, independente do ponto em que eu esteja, se alguém puder me ver, então serei constituída de matéria novamente, serei passível de sentir em um único ponto o começo e o fim, e que esse seja o fim de todo começo e o começo de todo fim, porque se há uma coisa que agora entendo na imensidão da não existência é que o mesmo ponto que te encerra, é aquele que te cria, mais intensa,mais forte, ou mais frágil, mais esperta ou mais confiante.. mas a essência da sua existencia é a mesma.. tudo apenas se transforma.
Ana C. Fernandes

4 comentários:

Lilian Barcelos disse...

o fato é q somos uma busca...

Lídia disse...

genial.


sem mais

Ana C. Fernandes disse...

q isso gente...

foi so um desabafo..

aliás, tudo q eu faço é um desabafo!

mas msm assim.. obrigada!

Vcs duas estao sempre por aqui, leitoras fieis hehe

Adoro vcs!

Rayla Monique disse...

Nossa que desabafo!!
Te adimiro pelas palavras e por dize-las!!! vc é forte...os dois pontos são pontos!!! começo, fim, fim, começo! o fato é que ha um começo a um fim... e assim consequentemente... e qd for realmente um fim... o diamentro dessa cicunferencia... sera sua vida que começou qd nasceu e acabou qd morreu!!! e acircunferencia tera varios fins e começos dentre a vida e a morte!!

E que a vida seja vivida!