Por onde andam as minhas certezas?
Por onde andam convicções tão claras, tão certas, que no processo de crescimento de tantos anos eu adquiri?
Por onde anda aquela pessoa correta em seus pensamentos, racionalmente presente em cada instante, a cada minuto?
Não sei mais.
Me sinto inquieto.
Me sinto vazio.
Minhas certezas estavam erradas?
Minhas conquistas me entrelaçaram tanto, tomaram tanta conta de mim, que não tive sequer o sabor de sentir se as conquistava de forma real.
Este estado inquieto, de vazio, quer me dizer algo, talvez; sinto um tempo novo, diferente, que me proporciona enxergar outros pontos, outros lados, outras fontes me aguardarão, posso ter outras formas de me olhar, até mesmo de compreender aquilo que não conheço e que a princípio não quero.
Que momento estranho que me encontro agora, é como se tudo que eu sabia, que queria, que eu era, não sou mais.
Me assusta?
Sim, mas me atrai.
Tenho vontade de percorrer outros campos, tenho vontade de saber; eu não sabia.
Posso mudar, posso querer outras coisas, posso percorrer novos lugares, posso olhar bem dentro de mim, e jogar tudo fora.
Renovo meu ser agora a cada dia, não preciso de certezas, nem de ser convicto.
Quero ser alguém aberto e disposto, porque com o meu vazio percebi o gosto de contar com o dia próximo e vivê-lo de maneira simples, guardando apenas minhas alegrias, obtidas pela certeza que agora tenho, de que viver é a maior convicção que quero ter.

Autor Desconhecido